Pensamento Tuga #1 – Em tons de despedida

“Hoje foi um acordar diferente na indústria do Pro-Wrestling.” 

É com esse pensamento que inicio este curto artigo, mas o qual achei necessidade de vir publicar. Pela primeira vez, ao abrirmos os olhos de manhã, sabemos que nunca mais veremos The Undertaker em ação. E, se muitos esperavam um ataque ontem, tivemos a (in)feliz confirmação de que foi mesmo o seu fim. Apesar das suas raras aparições (e ainda mais raros combates) ao longo dos últimos anos, esta ainda é uma sensação estranha para quem é fã. Mesmo sabendo das suas limitações físicas, toda a indústria esperava ansiosamente para aquela sua luta anual, normalmente no WrestleMania, onde sempre parecia ser a ‘última’. 

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30 anos de WWE. Muitos lutadores não chegam sequer perto dessa longevidade em suas carreiras, mas a lealdade dessa Lenda o levou a ficar por esse tempo todo a mando de Vince McMahon. Todo o respeito entre ambas as partes fizeram de The Undertaker um dos lutadores mais bem sucedidos de toda a indústria, não em títulos, pois esse todos ganham, mas por tudo o que ele representou. Se tornou um símbolo não só do Pro-Wrestling norte-americano, como de toda a indústria em si, em nenhum canto do mundo veremos um fã da modalidade que não saiba quem ele é. 

Falando do que aconteceu ontem, não posso mentir, uma lágrima escorreu pela minha face no exato momento em que ele entrou. E se isso aconteceu comigo, que tenho 21 anos e acompanhei somente os seus últimos 12 anos de carreira, que dirá quem acompanhou toda a sua trajetória. Nenhum outro lutador da história da empresa teria direito a todo o tempo que ele dispôs, muito menos em um Pay-Per-View tão importante como o Survivor Series. Dez minutos de alguém a caminhar até ao ringue seria banal em qualquer outro caso, porém The Undertaker consegue fazer com isso seja tão especial que não existem palavras que o defina. Podemos reclamar do facto de não ter havido público ali a aplaudi-lo, afinal essa Lenda merecia várias de dezenas de milhares de pessoas ali, no entanto, isso não foi capaz de estragar a magia e grandiosidade de tal ocasião.

Se todos pediam a sua retirada há vários anos, decerto que muitos, após ontem, ganharam o desejo de o ver novamente no ringue. O próprio não queria que terminasse e isso viu-se quando ali permaneceu dois minutos ajoelhado no centro do ringue. Um olhar vazio e triste de alguém que, apesar de querer fazer de tudo para continuar, sabe que está na hora de ceder perante a lei da vida. E assim se retira, não como um simples lutador da WWE como todos os outros, mas como um sinônimo da mesma. Era inevitável, tudo o que podemos fazer por agora é agradecer-lhe por tudo o que fez nos últimos 30 anos e continuar a recordar o legado de The Undertaker, pois, como Vince McMahon disse, esse é eterno.

Thank you Taker!